Edgar Degas, apaixonado por automobilismo e louco por bonés!

No dicionário, o colecionismo é definido como o processo de obter objetos de forma ativa, seletiva e apaixonada. Presente desde a pré-história, o colecionar implica diretamente na vontade das pessoas em reunir coisas que representam algum significado ou valor sentimental.
No mundo, existem milhares de colecionadores. Alguns colecionam arte, outros moedas, figurinhas, revistas, miniaturas, bonés e até mesmo carros. Independente do objeto ou idade de quem coleciona, essas pessoas têm algo em comum, o desejo incessante de encontrar novos itens para as suas coleções. E na busca por novos objetos para integrar os seus acervos, os colecionadores acabam reunindo grandes histórias.
Edgar Degas, 59 anos, é apaixonado pelo automobilismo e por colecionar bonés. Em seu acervo reúne cerca de 1.512 exemplares. Sua coleção começou despretensiosamente enquanto ainda era camioneiro. “Eu era caminhoneiro, e durante as viagens, ganhava brindes de empresas e postos de gasolina. Sempre guardava todos para presentear o meu filho caçula que hoje já está com 22 anos”, explica.
O que havia começado por acaso, acabou se tornando sua maior paixão. Ao perceber que o filho não ligava muito para os bonés, e até mesmo presenteava os amigos com eles, Edgar decidiu ficar com os objetos e criar a sua própria coleção. “ Todas as vezes que eu retornava das viagens estava faltando um ou dois bonés, e isso me entristecia, até que eu falei para ele: – Filho, então eu vou fazer o seguinte, o pai vai parar de dar para ti os bonés, e eu irei começar a colecioná-los-, foi nesse momento que eu comecei a minha coleção”, conta.
Em seu acervo, Edgar conta com exemplares de grandes nomes do automobilismo como Michael Schumacher, Nelsinho Piquet, Felipe Massa e Pedro Muffato. Além deles, Fabiano Cardoso, Guto Rota, André Marques, Paulo Totaro, Jadson Zini, Sena Jr, Felipe Tozzo, Evandro Camargo, Marçal Muller, Choka e César Urnhani também integram a coleção de Degas.
Mas não tem bonés somente da pilotada, não. Degas reúne exemplares que ganhou de sua saudosa mãe, de empresas que admira, de amigos e da amada esposa. E por falar na esposa, o Edgar nos contou a sua tática infalível para conseguir novos bonés. “As vezes eu olho em um site um boné bonito, que me chama a atenção, aí eu sempre mostro para ela e falo: olha só, imagina isso na minha coleção, não demora muito tempo, bate o correio aqui em casa entregando o boné. Ela compra para me satisfazer”, diz.
A busca quase obsessiva pelos bonés acabou contagiando toda a família. “A curtição é da família por completo. Esposa, filho e filha deliram a cada vez que chego em casa comemorando mais um troféu na mão, pois é assim que defino meus bonés”, conta. E foi exatamente assim, em família, que Edgar veio até a Plus Veículos receber o nosso boné. “ Fui buscar mais um troféu para a minha coleção na Plus Veículos, uma empresa que admiro por incentivar o automobilismo”, explica.
Assim como nós, o amor pelo automobilismo de Edgar é antigo, antes mesmo de iniciar a paixão por bonés. “Frequento os autódromos desde os 16 anos, mas consegui marcar presença dentro dos boxes a partir de 2019 com um convite do piloto Luiz Lopes da copa Truck em Santa Cruz”, conta.
O entusiasmo pela velocidade rendeu a ele boas histórias na busca por novos bonés. Uma delas aconteceu no Autódromo de Tarumã durante a antiga Fórmula Truck. Foi no Tala, que Edgar tentou fisgar mais um exemplar. “Naquela época, os pilotos faziam duas voltas de apresentação no autódromo, e as pessoas podiam assistir na curva do laço, o que hoje não é mais permitido. Eu estava no laço, e me distanciei um pouco dos demais que estavam lá, tinham cerca de quatro a cinco mil pessoas naquele cantinho. Quando o Pedro Muffato da Truck passou com o caminhão eu fiquei gritando – Me dá o boné, me dá o boné. Aí ele olhou e viu um monte de gente na volta. E fez um sinal de que não conseguiria, pois tinham muitas pessoas”, conta.
Como frequentava o autódromo com frequência, Edgar foi se distanciando cada vez mais da multidão, ficando entre o laço e o tala. “Quando o piloto voltou da segunda volta, eu gritei para ele – agora só estou eu aqui-, então ele pegou, tirou o boné da cabeça e jogou para mim. Mas quando ele jogou, o vento acabou fazendo com que o boné passasse por cima da minha cabeça e fosse em direção a outras pessoas”, conta.
Não foi nada fácil conseguir o boné de Muffato. “Naquele dia eu me senti o Taffarel. Dei dois passos para trás, voei no boné, pois sabia que o pessoal iria se atirar por cima. Grudei o boné, coloquei no peito e fiquei virado para baixo na grama. E as pessoas vieram tentando pegar ele de mim. Quando eles saíram de cima, eu me levantei, sacudi aquele boné na minha mão e disse: -Esse é meu, esse ninguém me tira!- Depois disso, eu fui aplaudido por todo mundo que estava na curva do laço. E como eu sempre frequentava o lugar, as pessoas começaram a me chamar de “o louco do boné”. Porque sempre que tinha alguma corrida eu estava ali, e sempre atrás de um novo boné, explica.
Com tantos bonés e histórias para contar, Edgar pretende realizar uma exposição para mostrar um pouco de suas preciosidades. Enquanto esse dia não chega, ele pretende aumentar ainda mais o acervo. “Minha esposa já está me perguntando aonde eu vou colocar tanto boné. E eu respondo a ela que sempre irei arrumar um lugarzinho”, conta.
Texto: Fernanda Pereira
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